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quinta-feira, 1 de novembro de 2012




Difícil falar de reciprocidade, quando tudo que se recebe é o contrário do que se faz. Difícil mesmo é falar de ‘Lei do retorno’ ou qualquer coisa assim, quando parece que o tal retorno que deveria ser seu, tá sendo desviado de curso por outro alguém. Feito um córrego, um rio.. um braço de mar, que desemboca sabe-lá-deus-onde, desde sabe-lá-deus-quando.. Na verdade, você sabe sim. É desde quando você é capaz de lembrar..
De rasteira em rasteira, de poça em poça, vai-se perseverando em dar o seu melhor a quem quer que seja, apesar das suas íntimas tempestades. Não pode ser em vão, tanta doação. Preocupação, junção de esforços, torcida, aplausos, satisfação. Por outrem. Tantos, incontáveis, inúmeros“Outrens”?!. Por quem, por um descuido, tropeça em você, no meio do caminho.
Difícil mesmo não é acreditar que o retorno nunca virá. É saber quem existe quem não mova um músculo pra, ao próximo, ajudar.
Sentar e esperar? Nada feito. Melhor deixar de esperar, mas sem se deixar ‘des-esperar’.
Que a mão não pare, que o coração não endureça, que a solidão não sufoque, que a solidariedade não desapareça. E que a vontade de ser compreendido não supere a de compreender, e a de realizar não seja suprimida pela de ouvir o som do ‘agradecer’.
Keep walking; stay strong, make a chance.. e continua sendo instrumento do bem que pode ser feito, ainda que, de volta, só consiga enxergar incompreensão, orgulho, egoísmo e desamor.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Com o tempo..




Com o tempo a gente aprende que (quase) nada é eterno, e, muito menos, acontece totalmente por acaso.
Aprende que, por mais que você faça todo o bem que pode, ainda vai receber de volta muita ingratidão. Cabe a você decidir continuar a fazê-lo ou não, por satisfação pessoal e sem espera de retorno.
Que o que tem que ficar, dá um jeito e (de fato) fica. Ou se vai; mas, cedo ou tarde, volta e recupera todo o tempo perdido.
Que as melhores pessoas aparecem 'aparentemente por acaso', e é o próprio Acaso que trata de sedimentá-las em sua vida até que você mesmo se dê conta do quão preciosas elas são.
Aprende que o tempo até cicatriza, mas isso depende do poder de cicatrização de cada um. Há aqueles que, por não saberem o que é o perdão, não deixam sarar nem mesmo um pequeno, raso e simples arranhão.
Que a carne não é fraca; sua resistência sim.
Que ninguém é melhor que ninguém; temos apenas pontos de falha diferentes. Naquilo que você é indefectível, se trata justamente da maior fraqueza de outro alguém.
Que tudo que você disser, poderá (e será) usado contra você, porque pra quem fala tudo minuciosamente calculado, ser espontâneo é um prato cheio de contradições.
E, aliás, aprende que ser contraditório faz parte da alma humana. É difícil ser sempre coerente em tudo, quando sequer se sabe de onde viemos e para onde vamos.

E, dentre tantas outras coisas que essa existência nos é capaz de ensinar, o resumo da obra acaba sendo este:
Que o tempo é professor e nos mostra, a cada segundo, o que realmente vale a pena. E que, por mais que, por agora, a gente viva lutando contra ele, no fim fica muito claro quem sempre teve razão..


domingo, 26 de agosto de 2012



Ela sonhava poder voar, não além das nuvens, mas acima dos seus limites. As dificuldades haviam-na castrado, machucado, amputado pedaços de suas frágeis asas, impedindo o voo livre. Limitada, tinha ânsia de sentir-se plena outra vez..
Cola, pano, arame, e uma dose de esperança e confiança. Mira profundamente seu reflexo no espelho, a procura de tanta ousadia dentro de seus olhos. Ergue o queixo, os ombros e a voz, e suspira na tentativa de que, assim como enche de ar, seu peito encha-se do destemido espírito de liberdade.
Se posso te aconselhar, te digo 'salta sem olhar pra trás', ignorando, junto, tudo que a fez sofrer e todo o tempo perdido desejando ardentemente que o jogo virasse. Bem garota, agora finalmente o tabuleiro te apetece. Mova as peças a seu favor..

A mudança só depende de você!

sábado, 23 de junho de 2012

Carta para um pseudo-amor


" Olha, tô te escrevendo pra dar um basta de vez nessa nossa história. Pra que esse fim tenha um ponto final bem maciço, que é pra, de novo, você não vir atrás de me procurar justamente quando eu resolver te esquecer.
 Eu sempre fui ciente do meu valor durante todos esses meus longos anos de vida. Mas parece que, em poucos meses, você virou minha cabeça. Esqueci amor-próprio, auto-conservação; virei um farrapo tentando, dia após dia, "servir" pra você... Ser suficiente, ser à altura, ser perfeita, cada vez mais tua. E única. Mas seus olhos rasos não puderam enxergar nenhum dos meus esforços, que pena. Tudo em vão.
Ora, hoje tô aqui, soltando sob o papel todos os meus medos, monstros, ilusões. Eles ão de acompanhar esta carta, acomodados, talvez, num cantinho do envelope, endereçados à você; ninguém menos que o legítimo criador. Já não me pertencem mais, agora me faço livre. Livre da submissão, do sofrimento, da desvalorização. Do amor louco e doente que eu fiz minha razão de ser, ao longo desses "alguns meses" que estive com você...
Toma, que é tua toda essa angústia. Tô aqui pra dizer que JÁ ERA, esse nosso pseudo-amor.  
 Toma teu rumo, que eu já tô tomando o meu. Mas guarda a sábia lição de nunca mais fazer pouco de alguém.
Não vou te desejar tudo de bom, dois beijinhos e tchau. Isso também. Mas desejo que minha falta doa e faça eco na tua alma, no teu peito e além.. E eu sei que, um hora, fará.
Que é pra você aprender a nunca mais me fazer chorar. Me magoar... Que é pra você (também) saber que sofri, mas agora já consegui me libertar. 
Olha, tô livre! De você.

Assinado:   eu.                um ex-pedaço seu.                    "
 
 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

cenário



À passos largos. Ele sempre viera assim, com a mesma rapidez e pelo mesmo lugar desde quando ela fora capaz de notar. Andar seguro e ligeiro, imponente.. Ou talvez nem tão imponente assim, poderia ser apenas o tamborilar dos saltos do frágil coração dela, a cada passo de aproximação.
Desde a primeira vez que ele transpôs aquele espaço de entrada, este passou a ser dele. Tantos corpos movendo-se por entre aqueles pilares, mas nenhum possuía a graça e leveza; nenhum figurava tão bem naquele cenário quanto o dele.. Branca, azul, vermelha; qualquer camiseta lhe caía bem, bastava envolver o corpo dele. Pensando bem, talvez o cenário fosse ele, e a paisagem ao fundo não passasse de mera figurante.
(...)
Já faz um tempo que os negros e pequeninos olhos dela caçam aquela cena... Sem ele ali, tudo tem jeito de fotografia velha. Sem vida, nada mais que uma réplica sem graça de um momento cheio de magia.
Agora o vento sopra, relativamente forte, agitando as árvores daquele lugar, como que para mostrá-la que ali há vida sim, mesmo sem a presença dele.
E ela custa a entender como ele pôde encontrar outras entradas para marcar seus passos. Sabe que ninguém há de esperá-lo com aqueles olhinhos ansiosos que só pertencem a ela. Que são capazes até mesmo de materializá-lo ali, num eterno "repeat", onde na verdade não há ninguém e, para todos, não mais do que nada.
Sem notícias, sem a presença, sem o amor.
Intrigante que, apesar de tudo e por mais que ele esteja errado, ela ainda gaste seu papel e meia dúzia de horas de sono pensando nele...
Reflexões a parte. Mas que ali é o cenário dele, ah se é...


sábado, 9 de junho de 2012

Step by step (passo a passo)




Deixar para trás. Leave. É a palavra de ordem para aquilo que já não te serve mais.
Você bem sabe o quanto foi eterno enquanto durou, mas já não tem espaço em meu novo “eu”.
Metamorfose ou simples camuflagem. O sino da mudança badala, em compasso acelerado.
Não se há de permanecer atado àquilo que, definitivamente, JÁ ERA! Era amor, compreensão, força, dedicação. Meta, sonho ou, quem sabe, alucinação.
Foi! Hoje não passa de meia dúzia de páginas amareladas; só você (ou talvez eu) que relutava em perceber...
Com pequenas manchas de bolor, tais folhas são, pouco a pouco, extraídas do caderno com a delicadeza de quem não descarta memórias. Sim, você é assim. Será memória vívida e até sofrida, por um tempo. Mas sofrimento que passa. Passará, e você tomará forma e espaço onde cabe: no fundo do meu baú de lembranças.
Adultero essas tais reminiscências... Deleto tudo aquilo de ruim e dou contraste às capturas felizes.
Assim, pouco a pouco, torno menos dolorido e amargo o meu mundo sem você que, apesar de forma de mera memória, não estará (pra sempre) menos grafado que tatuagem, à prova de qualquer laser ou troca de pele.


quarta-feira, 6 de junho de 2012

homem de lata


Atitude, toque seguro, braços fortes e sorriso iluminado.
Sem dúvida, o homem mais certo na arte de ser errado.
Fala mansa, charme inegável, diria até um portador dos tão falados 'olhos de ressaca, de Machado’, capazes de tragar corpo e alma sem qualquer esforço ou relutância.
Só tinha um único defeito: tal qual o homem de lata, nascera sem coração.


Nem sombra, nem resquício, nem ideia vaga do que isso seja e da função emotiva que realize. “- Músculo involuntário, etc”; seu conhecimento não passava disso.
Estranho é olhar ao redor e perceber que praticamente todos são adeptos e disseminadores da "ladainha" desse desconhecido sentimento associado ao peito.
Ele não. Ele estava livre da alienação do amor e conseguia enxergar tudo com aquela clareza e praticidade que a gente tanto pede a Deus pra ter, mas na verdade vive fugindo...
Ele nascera assim, sem a lente da expectativa acompanhando a retina. Sensibilidade sensorial, e nada mais. E vive muito bem, obrigado; inclusive porque nunca preocupou-se ou mesmo foi capaz de mensurar a devastação que deixa nas vidas alheias, ao acidentalmente alimentar um sentimento que jamais seria capaz de retribuir. Porque simplesmente não o conhece.
Catástrofe silenciosa (ou nem tão silenciosa assim). Longe do coração, longe da sua consciência.


"Você quer um coração? Você não sabe o quão sortudo és por não ter um. Corações nunca serão práticos enquanto não forem feitos para não se partirem (…)" 
L. Frank Baum - O Maravilhoso Mágico de Oz


sábado, 2 de junho de 2012

go ahead.


Titanium (ouvir)

Desanimar, fraquejar, prostrar-se de joelhos, mãos ao chão à intimamente implorar por um golpe de força que arrebate-lhe de onde está. Inerte, indefesa, dando-se por vencida. Game over, talvez?!.. Mas com gostinho de "to be continued".

Sua garra e sua coragem permanecem aí, dentro de você, quem sabe um pouco intimidadas por tantas dificuldades pelas quais você tem passado. Porém, apesar de não se permitir admitir, você sabe que é capaz de passar por todas elas, derrubando uma a uma. Strike. Sim garota, você é capaz de ganhar o jogo num único movimento, numa unica iniciativa! Não se deixe derrubar; erga sua fortaleza e enfrente de frente o que vier. Dor alguma será páreo para a sua alegria. Não há o que perder, você só tem a ganhar...
Levanta a cabeça, mira o alvo e VÁ EM FRENTE! Levante a voz, grite para si mesma o quanto você pode e é capaz.
Lute. Não se deixe levar, desacreditar, desmoronar.
"Você é mais forte do que pensa e será mais feliz do que imagina", disse alguém.

Porque a vida é um eterno 'manter-se de pé' diante daquilo que quer te ver no chão.





domingo, 22 de abril de 2012

Fiasco Cinematográfico da Vida





Sem conhecer nomenclaturas, sente o corpo e o pensamento tomados por esse estranho sentimento, diferente de tudo que já ouvira falar. Em contraste com o que desde sempre sonhou, não se sentia numa novela das oito, nem tampouco numa comédia romântica daquelas em que, depois de 100 minutos de desencontros e algumas peripécias, o final acontece, digno de contos de fadas (ou coisa parecida). Não o dela. Seu final cheirava a drama, digno sim da revolta dos telespectadores quando as luzes do cinema se acendem... Cheirava à desencontro eterno, à mocinha se jogando em queda-livre enquanto seu amado dá um trago no cigarro e dobra a esquina sem sequer olhar pra trás; seguindo seu rumo à passos largos, ainda que não saiba qual seja.. Mas o que ele e todo o mundo já sabe é que, definitivamente, o destino do moço deste primeiro filme não é (nem nunca foi) aquele único destino possível de ser traçado ao lado dela. Triste fim; pois, de tão ferida, nem sequer forças para a estreia da sequência recheada de vingança, ela foi capaz de guardar.
O que resta é arrancar os folders de divulgação e tirar a mal feita produção de cartaz, porque tão triste fim, de longe, não fora aprovado pela crítica cruel. Lixo. Inútil. “Apague essa história”.
Mas as histórias grafadas na alma são inapagáveis, inconsoláveis, irrenunciáveis. Só sabe quem sente; e há de carregar consigo os resquícios de tudo que quer esquecer, impregnados nos poros e digitais, à prova de qualquer água com sal, ainda que brote da mais cristalina fonte: o espelho da alma.

domingo, 15 de abril de 2012

Expectativa

Cansada de amar e viver errado, ela lamenta o rumo que as coisas tomaram. Não fez nada errado, então por que tanta indiferença? Ter o mundo de costas pra si, vez ou outra, é fardo demais para seus ombros fracos de menina..


Feita para o amor, apesar do disfarce de mulher moderna. Que, por sinal, lhe caiu bem; pois vem convencendo até hoje. Ou quem sabe seja a falta de alguém que olhe além da superfície; que se deixe mergulhar nos seus pequenos negros olhos sedentos de um conto de fadas para viver.
Suspirar e respirar amor. Preencher o vácuo de indiferença e a incompletude da alma. Achar a parte que lhe cabe do lado esquerdo do seu "coração – quebra-cabeça", que já teve tantas peças perdidas por aí, por mãos erradas..
– Esse escudo não te faz deixar de SER, menina! Nada que te faça sofrer vai mudar tua essência!"
..e anda por aí de nariz em pé, orgulhando-se da independência patética de ser.. sozinha.
Entre outros seis (ou sete) bilhões e mais trilhões de estrelas para olhar com alguém..   "Quais as chances de escolher a mesma que a dele?"
 " Mas é a estrela que nos escolhe, menina boba!!" E com ela vem o alento de cada lágrima derramada, e cada céu de sábado contemplado, numa súplica de não ser mais tão sozinha, pelo amor de deus..


♫ Lenine - paciência

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ser ou parecer..


"Nem tudo que parece é", já dizia alguém.. e esta é uma das frases mais verídicas.
O engano mora ao lado; agora sou eu quem diz. Achamos que é bom, mas é ruim. Achamos que é certo, mas é errado. Achamos que é justo, mas é injusto. Achamos que é sincero.. mas quase sempre não é tão sincero assim.
A certeza do engano é a unica que temos (além da velha certeza da morte...). Não se sabe de tudo, nem sequer temos como saber de tudo,e  as aparências parecem ser feitas para confundir. Confundimos o que os outros são, suas intenções; confundimos conceitos e ideologias, e as vezes confundimos até o que nós mesmos somos..
Nessa hora de dúvida, sua aliada é sua consciência. Baseie-se nela e ponha na balança quais são suas intenções. Não é privilégio seu ser julgado de forma errada, fruto do velho "pré-conceito" que, apesar de relutarmos em assumir, todos nós temos.
Assim como você já julgou, está passível de ser julgado. E não há culpados por isso!
O seu papel é decidir o que você quer ser: mais um na multidão ou fazer a diferença, ser justo, egoísta, solidário, arrogante, caridoso, convicto, confiável, traiçoeiro; ser o que você escolheu ser, ou deixar que uma mera APARÊNCIA dite como você age, pensa, o que você merece ou não diante da vida.




"Be yourself, because life is too short to be someone else."


domingo, 19 de fevereiro de 2012



Tempos atrás, ela sentia como se já tivesse passado por todas as superações, tivesse encarado todas as novidades de sua vida, esquecendo-se de que, tenha a idade que tiver, e seja a época que for, VIVER é um eterno aprendizado.
E, enganada pela ilusão do 'tudo-sei', vê-se diante de uma porção de novos aprendizados, de uma vez só.. Sente-se impotente e, quem sabe, no fundo, humilhada. E isso a incomoda.
Mas ela sabe que tem obrigação de prosseguir, pois nunca fora mulher fraca. Não foge à raia, e teima até conseguir. Nada é páreo pra ela. 
Vacila, mas enche os pulmões de ar, decidida a encarar o que quer que essa onda de futuro lhe traga..




Mas é por esses caminhos que parecem tortos que você tem que caminhar, e as coisas vêm ao seu encontro.(Caio Fernando Abreu)


Alana Cortez.