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sábado, 4 de maio de 2013

A felicidade..



Resquícios de gestos em que se vê o cuidado, o zelo, o amor. Em palavras ditas, longe dos ouvidos ao redor. Na conversa da madrugada, no abraço de compreensão, no sorriso de cumplicidade que, silencioso, consegue dizer tudo aquilo que vocês conversaram, sem que ninguém veja nada. Nos olhos brilhando diante de um presente, no significado de letras impressas, na carga de emoção que um reencontro traz..A felicidade, meus amigos, não é um pote de ouro que iremos encontrar e que terá o poder de nos tornar felizes para sempre. Ela pulsa nas estrelas, flamula nas folhas, brilha junto com o sol. Nem todos são capazes de senti-la. Buscam por algo ofuscante, encandeantemente enebriante; e esquecem de olhar para os detalhes tão pequenos da vida. Esquecem de deixar a onda do mar  lhes acertar..Porque essa tal felicidade, ela "vibra na frequência das coisas mais simples!"


quinta-feira, 1 de novembro de 2012




Difícil falar de reciprocidade, quando tudo que se recebe é o contrário do que se faz. Difícil mesmo é falar de ‘Lei do retorno’ ou qualquer coisa assim, quando parece que o tal retorno que deveria ser seu, tá sendo desviado de curso por outro alguém. Feito um córrego, um rio.. um braço de mar, que desemboca sabe-lá-deus-onde, desde sabe-lá-deus-quando.. Na verdade, você sabe sim. É desde quando você é capaz de lembrar..
De rasteira em rasteira, de poça em poça, vai-se perseverando em dar o seu melhor a quem quer que seja, apesar das suas íntimas tempestades. Não pode ser em vão, tanta doação. Preocupação, junção de esforços, torcida, aplausos, satisfação. Por outrem. Tantos, incontáveis, inúmeros“Outrens”?!. Por quem, por um descuido, tropeça em você, no meio do caminho.
Difícil mesmo não é acreditar que o retorno nunca virá. É saber quem existe quem não mova um músculo pra, ao próximo, ajudar.
Sentar e esperar? Nada feito. Melhor deixar de esperar, mas sem se deixar ‘des-esperar’.
Que a mão não pare, que o coração não endureça, que a solidão não sufoque, que a solidariedade não desapareça. E que a vontade de ser compreendido não supere a de compreender, e a de realizar não seja suprimida pela de ouvir o som do ‘agradecer’.
Keep walking; stay strong, make a chance.. e continua sendo instrumento do bem que pode ser feito, ainda que, de volta, só consiga enxergar incompreensão, orgulho, egoísmo e desamor.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Com o tempo..




Com o tempo a gente aprende que (quase) nada é eterno, e, muito menos, acontece totalmente por acaso.
Aprende que, por mais que você faça todo o bem que pode, ainda vai receber de volta muita ingratidão. Cabe a você decidir continuar a fazê-lo ou não, por satisfação pessoal e sem espera de retorno.
Que o que tem que ficar, dá um jeito e (de fato) fica. Ou se vai; mas, cedo ou tarde, volta e recupera todo o tempo perdido.
Que as melhores pessoas aparecem 'aparentemente por acaso', e é o próprio Acaso que trata de sedimentá-las em sua vida até que você mesmo se dê conta do quão preciosas elas são.
Aprende que o tempo até cicatriza, mas isso depende do poder de cicatrização de cada um. Há aqueles que, por não saberem o que é o perdão, não deixam sarar nem mesmo um pequeno, raso e simples arranhão.
Que a carne não é fraca; sua resistência sim.
Que ninguém é melhor que ninguém; temos apenas pontos de falha diferentes. Naquilo que você é indefectível, se trata justamente da maior fraqueza de outro alguém.
Que tudo que você disser, poderá (e será) usado contra você, porque pra quem fala tudo minuciosamente calculado, ser espontâneo é um prato cheio de contradições.
E, aliás, aprende que ser contraditório faz parte da alma humana. É difícil ser sempre coerente em tudo, quando sequer se sabe de onde viemos e para onde vamos.

E, dentre tantas outras coisas que essa existência nos é capaz de ensinar, o resumo da obra acaba sendo este:
Que o tempo é professor e nos mostra, a cada segundo, o que realmente vale a pena. E que, por mais que, por agora, a gente viva lutando contra ele, no fim fica muito claro quem sempre teve razão..


domingo, 26 de agosto de 2012



Ela sonhava poder voar, não além das nuvens, mas acima dos seus limites. As dificuldades haviam-na castrado, machucado, amputado pedaços de suas frágeis asas, impedindo o voo livre. Limitada, tinha ânsia de sentir-se plena outra vez..
Cola, pano, arame, e uma dose de esperança e confiança. Mira profundamente seu reflexo no espelho, a procura de tanta ousadia dentro de seus olhos. Ergue o queixo, os ombros e a voz, e suspira na tentativa de que, assim como enche de ar, seu peito encha-se do destemido espírito de liberdade.
Se posso te aconselhar, te digo 'salta sem olhar pra trás', ignorando, junto, tudo que a fez sofrer e todo o tempo perdido desejando ardentemente que o jogo virasse. Bem garota, agora finalmente o tabuleiro te apetece. Mova as peças a seu favor..

A mudança só depende de você!

sábado, 23 de junho de 2012

Carta para um pseudo-amor


" Olha, tô te escrevendo pra dar um basta de vez nessa nossa história. Pra que esse fim tenha um ponto final bem maciço, que é pra, de novo, você não vir atrás de me procurar justamente quando eu resolver te esquecer.
 Eu sempre fui ciente do meu valor durante todos esses meus longos anos de vida. Mas parece que, em poucos meses, você virou minha cabeça. Esqueci amor-próprio, auto-conservação; virei um farrapo tentando, dia após dia, "servir" pra você... Ser suficiente, ser à altura, ser perfeita, cada vez mais tua. E única. Mas seus olhos rasos não puderam enxergar nenhum dos meus esforços, que pena. Tudo em vão.
Ora, hoje tô aqui, soltando sob o papel todos os meus medos, monstros, ilusões. Eles ão de acompanhar esta carta, acomodados, talvez, num cantinho do envelope, endereçados à você; ninguém menos que o legítimo criador. Já não me pertencem mais, agora me faço livre. Livre da submissão, do sofrimento, da desvalorização. Do amor louco e doente que eu fiz minha razão de ser, ao longo desses "alguns meses" que estive com você...
Toma, que é tua toda essa angústia. Tô aqui pra dizer que JÁ ERA, esse nosso pseudo-amor.  
 Toma teu rumo, que eu já tô tomando o meu. Mas guarda a sábia lição de nunca mais fazer pouco de alguém.
Não vou te desejar tudo de bom, dois beijinhos e tchau. Isso também. Mas desejo que minha falta doa e faça eco na tua alma, no teu peito e além.. E eu sei que, um hora, fará.
Que é pra você aprender a nunca mais me fazer chorar. Me magoar... Que é pra você (também) saber que sofri, mas agora já consegui me libertar. 
Olha, tô livre! De você.

Assinado:   eu.                um ex-pedaço seu.                    "