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quarta-feira, 6 de junho de 2012

homem de lata


Atitude, toque seguro, braços fortes e sorriso iluminado.
Sem dúvida, o homem mais certo na arte de ser errado.
Fala mansa, charme inegável, diria até um portador dos tão falados 'olhos de ressaca, de Machado’, capazes de tragar corpo e alma sem qualquer esforço ou relutância.
Só tinha um único defeito: tal qual o homem de lata, nascera sem coração.


Nem sombra, nem resquício, nem ideia vaga do que isso seja e da função emotiva que realize. “- Músculo involuntário, etc”; seu conhecimento não passava disso.
Estranho é olhar ao redor e perceber que praticamente todos são adeptos e disseminadores da "ladainha" desse desconhecido sentimento associado ao peito.
Ele não. Ele estava livre da alienação do amor e conseguia enxergar tudo com aquela clareza e praticidade que a gente tanto pede a Deus pra ter, mas na verdade vive fugindo...
Ele nascera assim, sem a lente da expectativa acompanhando a retina. Sensibilidade sensorial, e nada mais. E vive muito bem, obrigado; inclusive porque nunca preocupou-se ou mesmo foi capaz de mensurar a devastação que deixa nas vidas alheias, ao acidentalmente alimentar um sentimento que jamais seria capaz de retribuir. Porque simplesmente não o conhece.
Catástrofe silenciosa (ou nem tão silenciosa assim). Longe do coração, longe da sua consciência.


"Você quer um coração? Você não sabe o quão sortudo és por não ter um. Corações nunca serão práticos enquanto não forem feitos para não se partirem (…)" 
L. Frank Baum - O Maravilhoso Mágico de Oz


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