Difícil falar de reciprocidade, quando tudo que se recebe é
o contrário do que se faz. Difícil mesmo é falar de ‘Lei do retorno’ ou
qualquer coisa assim, quando parece que o tal retorno que deveria ser seu, tá
sendo desviado de curso por outro alguém. Feito um córrego, um rio.. um braço
de mar, que desemboca sabe-lá-deus-onde, desde sabe-lá-deus-quando.. Na
verdade, você sabe sim. É desde quando você é capaz de lembrar..
De rasteira em rasteira, de poça em poça, vai-se
perseverando em dar o seu melhor a quem quer que seja, apesar das suas íntimas
tempestades. Não pode ser em vão, tanta doação. Preocupação, junção de
esforços, torcida, aplausos, satisfação. Por outrem. Tantos, incontáveis, inúmeros“Outrens”?!. Por quem, por
um descuido, tropeça em você, no meio do caminho.
Difícil mesmo não é acreditar que o retorno nunca virá. É
saber quem existe quem não mova um músculo pra, ao próximo, ajudar.
Sentar e esperar? Nada feito. Melhor deixar de esperar, mas
sem se deixar ‘des-esperar’.
Que a mão não pare, que o coração não endureça, que a solidão
não sufoque, que a solidariedade não desapareça. E que a vontade de ser
compreendido não supere a de compreender, e a de realizar não seja suprimida
pela de ouvir o som do ‘agradecer’.
Keep walking; stay strong, make a chance.. e continua sendo instrumento do bem que pode ser
feito, ainda que, de volta, só consiga enxergar incompreensão, orgulho, egoísmo e desamor.